Ministério da Saúde confirmou diagnóstico em Salvador, mas paciente não transmite mais a doença e não foram identificados outros casos
O Brasil registrou o primeiro caso de contaminação local de cólera em 18 anos. O paciente é um homem de 60 anos, de Salvador, Bahia, que teve o diagnóstico confirmado em março. De acordo com o Ministério da Saúde, considerando o período de transmissibilidade da cólera, ele não dissemina mais a doença desde o último dia 10. Não foram identificados outros casos. As informações constam em nota técnica publicada pela pasta na sexta-feira.
“Trata-se de um caso isolado, tendo em vista que não foram identificados outros casos após a investigação epidemiológica realizada pelas equipes de saúde locais junto às pessoas que tiveram contato com o paciente”, diz o documento. No entanto, o ministério destaca que, “diante do cenário de casos de cólera no mundo”, é importante que profissionais de saúde estejam “sensibilizados quanto à situação epidemiológica de doença, à detecção de casos, à investigação epidemiológica e às medidas de prevenção e controle”.
Ainda segundo a nota técnica, o paciente não tinha histórico de deslocamento para países com ocorrência de casos confirmados, por isso foi considerado um caso autóctone, ou seja, resultado de transmissão local, e não trazido de fora. No Brasil, os últimos registros do tipo haviam sido em 2005. Desde então, apenas diagnósticos importados foram confirmados no país.
A preocupação do ministério em relação ao cenário mundial é devido ao avanço da doença em diversos lugares onde a cólera é endêmica. “De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), de janeiro a março de 2024, 31 países registraram casos ou declararam surto de cólera”, aponta o documento do Ministério da Saúde. No final de fevereiro, haviam sido notificados 79,3 mil casos e 1,1 mil mortes, embora estima-se que os números sejam subestimados.
Fontes: Folha de Pernambuco