A ação terá início na segunda-feira (27). O “Dia D” será em 8 de junho
A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) anunciou, nesta sexta (24), o início da Campanha Nacional de Vacinação contra a poliomielite.
A ação terá início na segunda-feira (27) e seguirá até o dia 14 de junho, com a meta de imunizar 600 mil crianças.
A campanha pretende proteger crianças menores de 5 anos contra uma doença grave, caracterizada por um quadro de paralisia, que acomete os membros inferiores de forma irreversível.
Para realização da mobilização nacional, o estado recebeu, na quinta (23), do Ministério da Saúde (MS) 480 mil doses da vacina. O “Dia D” de mobilização será em 8 de junho.
“A poliomielite está erradicada do Brasil há 35 anos, mas temos uma responsabilidade enorme de garantir que tudo continue da mesma forma. Para isso, temos que manter a cobertura vacinal no nível de segurança. O Ministério da Saúde estabelece que a cobertura deve ser acima de 95%. Vamos fazer de tudo para irmos além desses números em 2024, por isso, é importante manter a vigilância e continuar vacinando. Temos o compromisso de levar nossas crianças aos postos mais próximos das suas residências”, afirma a secretária de Saúde de Pernambuco, Zilda Cavalcanti.
Público
Para Campanha Nacional, o público alvo prioritário definido para o Ministério da Saúde é a imunização da população formada por meninos e meninas com idades de 1 até 5 anos, que consiste em uma estimativa de 488 mil pessoas.
Para este público, a vacina deve ser aplicada com a via oral (gotinha), desde que a criança já tenha recebido as três doses de vacina poliomielite (injetável) do esquema básico.
As crianças menores de 1 ano também serão contempladas na mobilização, com foco na atualização da caderneta de vacinação.
Mães, pais e responsáveis por todas as crianças menores de 5 anos devem buscar a unidade de saúde mais próxima, munidos do cartão de vacina para verificação da situação vacinal e receber a dose do imunobiológico conforme indicado.
Estratégia
A estratégia de vacinação objetiva ainda a eliminação do risco de reintrodução do poliovírus no Brasil, que teve seu último caso em 1989, em Souza, na Paraíba. O Brasil possui o certificado de erradicação da transmissão autóctone (circulação dentro do território).
No entanto, diante da evolução do cenário de baixas coberturas vacinais, em 2023 o Brasil foi classificado como de alto risco para reintrodução do vírus pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS).
Risco
Pernambuco é considerado um Estado com risco de reintrodução da doença, em decorrência da cobertura vacinal inferior ao preconizado, de 95% do público alvo.
Em 2023, a cobertura para poliomielite em crianças menores de 1 ano foi de 82,68%, registrando um leve aumento desde os últimos três anos: 2020 (72,78%), 2021 (69,01%) e 2022 (76,25%).
“As baixas coberturas vacinais, observadas desde 2016 em todo o país, podem possibilitar o surgimento de bolsões de pessoas não imunizadas e dar o cenário perfeito para que o poliovírus seja reintroduzido em nosso território. A estratégia da vacinação se faz necessária para tornar uma importante parcela de nossa população, considerada de extrema vulnerabilidade, protegida”, reforça a superintendente de Imunizações do estado, Jeane Tavares Torres.
Programa
O Programa Estadual de Imunizações (PEI-PE) tem reforçado com os municípios a adoção da metodologia do microplanejamento.
Isso consiste, entre diversos pontos, no reconhecimento da realidade local, como a área de abrangência de uma equipe da Estratégia Saúde da Família (ESF) e Unidade Básica de Saúde (UBS), fortalecendo a descentralização e a territorialização das ações.
“Estamos em contato permanente com as gestões municipais reforçando e estimulando a realização de ações de saúde voltadas vacinação extramuros, a exemplo de creches e escolas, ações com equipes itinerantes, realização de busca ativa vacinal (casa a casa), locais com grande circulação de pessoas, horário ampliado de Unidades de Saúde ou Pontos de Vacinação, mapeamento de populações localizadas em áreas de difícil acesso, entre outros”, explica a coordenadora estadual de imunização de Pernambuco, Magda Costa.
Poliomielite no mundo
Quando considerado o cenário de circulação da poliomielite no mundo, observa-se a confirmação de casos da doença no Afeganistão e no Paquistão em 2024. Na região das Américas, o último caso foi registrado no Peru, em 1991.
Evento
Aconteceu na manhã desta sexta (24), o encontro “Imuniza Pernambuco”, para discutir estratégias para identificar crianças e jovens que não tomaram vacinas ou estão com atraso vacinal.
Promovido pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o evento pretende apresentar também boas práticas intersetoriais dos municípios e as medidas para garantir a atualização da carteira de vacinação, como a adoção de decretos municipais de imunização e intersetorialidade.
Foram convidados representantes de cidades que participam do Selo Unicef.
Fontes: Diario de Pernambuco